"Cansados da eterna luta por abrir um caminho pela matéria bruta, escolhemos outro caminho e nos lançamos, apressados, aos braços do infinito. Mergulhamos em nós mesmos e criamos um novo mundo."- Henrik Steffens

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ao pó que da sombra se fez!


Esteve inundada com os sentimentos do mundo e não cabiam todos nela. Se deparou com as velhas perguntas sem respostas e o modo desprecavido como caiu na vida... quase só, quase sem ninguém! Se  apresentou as frustrações antigas, e todos os sins não vividos.. .

Aprendeu cedo, que se havia um meio de filtrar a vida, era deixando-a se esvair pelas veias... permitindo que escapasse ao corpo, às vezes aos olhos, a alma não!
 Deixou então o sentimento escoar pela caneta, gota a gota... E pensou que conseguia ser. Pensou na eternidade de sentimentos que  evaporam do corpo, que transpassam a lacuna do tempo e tomaram o pretérito por seu...

Permitiu que fosse, concedeu-se a queda, o grito, o desespero, a crise, retornou ao caos que sempre fora sua essência, regressou ao torpor de lágrimas, ao pranto, a dor, o ser, o só! Depois soluçou...

Há pouco mais de um mês, não encontrava sua sombra...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Carta à embriaguez

 Retirado do blog de Erika Azzevedo - http://palavrearintenso.blogspot.com.html
Boa lua cheia senhora noite!

Boa minha luz, senhora embriaguez! Escrevo-lhe porque se hoje me apareceste, me tens e eu a ti! E hoje,  diante de quaisquer olhos não me encontraria mais viva, mais amante, mais "mim"!  Lhe escrevo, porque no fundo neste olhos amargos podes encontrar a pseudo felicidade, que somente  ébrios podem dispor! Hoje lhe escrevo sem razão, porque nesta noite de lua cheia me finjo feliz! Me sinto e me nego ! E gosto mais de mim que quaisquer outros dias! Relato a insensatez de você, porque nunca me senti mais lúcida que o instante agora... Eu vejo tudo aquilo que o álcool proporciona... Vejo pessoas felizes,  vejo pessoas mais elas... eu vejo mais mentira em tudo e que tudo, inclusive o álcool é uma grande mentira! Vejo tudo que surto e  vos agradeço o bem estar passageiro!

Erga-se mais um brinde, desta vez aos ébrios, nunca tão lúcidos!

Com amor e para sempre tua...

Amante.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Luto III

Já o espreitava, e nem sabia
Não tinha tempo para pensa-la
Lá estava ela, olhando.. olhando...
cercando-o...

Foi na manhã de sexta-feira
Como quem nada quer
Ela foi se acomodando
Ele, vestindo-se dela
até o último suspiro

Vestiu a morte sem anúncio
O sábado cheirou a luto!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Notas de desconcertos cismados


" Nada do que fomos vai sobreviver" -  Roberto Carlos




Ela foi embora, olhando pra trás... chorando! Ela foi lento, bem lento, quase não indo... mas foi! Estava com medo, muito medo do futuro e desacreditava  distâncias! Fingia que não era assim tão ruim... fingia que ia passar... Fingia que ficava! E se apegava ao tempo passado, e ia enfrentando o futuro enquanto o tempo ia passando... E fazia como dava.... o que podia pra ver, pra ouvir, pra falar! E  o tempo foi passando, passando, e mesmo  assim, longe, ainda construíam aventuras, histórias, conversas... Só que o tempo foi passando mais, e mais... e já não era tão necessário pensar, falar , ouvir. O tempo foi passando...  foi negando no presente, o passado. Ela foi construindo histórias e segredos, foi compartilhando o que dava e foi colando páginas! Foi ficando cada vez mais distante, com o olhar mais triste, e a alma mais despedaçada... Foi ficando estranha, estranha... distante... distante...

domingo, 18 de setembro de 2011

De antes...

Houve um tempo, antes desse tempo de agora, em que tudo parecia mais fácil, menos denso, mais calmo...
Conseguiria apontar todas as respostas num estalar de dedos, não havia nenhum porquê que  soasse complicado, pintava a simplicidade de todas as coisas com riso no coração e nas paredes...

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Da fragrância... do mês...

Esse Agosto teve seu cheiro.. desde o primeiro dia! Cheirou a verso, cheirou a chuva, a terra molhada, a céu, a lágrima... Cheirou a festa, a risos, a doces, a carinho, a carência, a desentendimento, cheirou a solidão... Cheirou a palavras escapulidas, cheirou a silêncio, cheirou a guerra e a paz... Cheirou a outras brigas, outras divergências, mais lágrimas... Cheirou a outros infernos, mais solidão... A noite sem estrela, mês sem lua cheia, cheirou a chocolate mais amargo, cheirou a outros soluços, a flores espalhadas no quarto, cheirou a despedida, a dor... E com tanto tempo enfiado dentro daquele relógio, e a gente tão sem tempo... Cheirou a fim!

domingo, 21 de agosto de 2011

LUTO II


http://descansoploucura.blogspot.com/2011_06_01_archive.html- Blog de Jalon Nunes

E de pensar no véu da escuridão
Cerrando-lhe os olhos
Na ingratidão do tempo
Que tão curto lhe foi

Recordo-me de seu sorriso aberto
De suas pernas ligeiras
A empolgação habitual
O chaveiro com a foto da amada

Conversas de sonhos não realizados
um conformismo ou dois com sua vida...
Foi um homem Incrível!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Verônica- III

Verônica habituava-se a amores relâmpagos, tão perigosos quanto as efêmeras paixões! Na verdade, não havia muita diferença entre um e outra, mas preferia assim chamar, porque o amor tem o dom de se perpetuar no tempo, esses amores, na memória... deles sobraram apenas algumas reminiscências, vez outra, o telefone...

domingo, 24 de julho de 2011

Aldeia

E quando esta por lá,
Escuta o riso ecoar pela sala
Vê os amigos à porta, à espera...


E recorda aquelas brincadeiras
Escondidas no vão,
Deixadas no corredor,
Esquecidas no quintal, nos brinquedos...
Na saudade!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Três Ações...

Três conseqüências estranhas, invariáveis
Três momentos que me tomam e estabelecem
Três conexões deste lugar para lugar nenhum
Três penetras felizes na ultima festa a fantasia
Três batalhas vencidas no bosque da poesia
Três batidas do coração para mais tarde a paralisação
Três raios de luz sem ordem certa de aparição
Três segundos de palavras sem ritmo e orientação
Três poemas soltos no caderno da estante vazia
Três amores eternos de minha memória esquecida
Três palavras rabiscadas na areia da praia perdida
Três flores lindas repousando no campo do limiar da vida...

...Para você e mais duas...

                                                                                                                          Ailton Costa Junior
P.s.: O dia pede que se exaltem as amizades, segue meu sorriso, e meus olhos felizes com essa lembrança de outros dias! A esse meu amigo, deixo o abraço que ha muito não encontra seu corpo, as palavras de carinho que nunca mais se ouviram pelos ares e as cocegas pra arrancar outros risos, no meio de uma noite qualquer...

terça-feira, 28 de junho de 2011

EntreTermos

Aquelas palavras, à ela, pareceram demasiadamente fortes e desnecessárias... Não pôde, negar-se essa interpretação, se sentia o fluir delas, era porque lá, dentro daquele coração, daquele escuro, daquela poeira, daquela ilha esquisita e cheia de vontades, existia um lugar que lhe pertencia...
As palavras pra terem adentrado, tiveram que ser escutadas pacientemente, não sem causar angustia, tiveram que ser degustadas amargamente, uma a uma...
 O porquê se importava com aquilo? Já foi dito antes... até loucos cabiam ali, e, aquele afeto, abriu as portas, deu as boas-vindas à velhas novas...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Verônica- II

Acontece que a solidão também assusta Verônica, que é dessas que anda por aí a armar-se de si mesmo, de erguer o queixo, e sentir o desmoronar de dentro.
Mas, aquela solidão, refletia a ausência dele... daqueles seus momentos... via-se a rolar pelos cantos, a roçar de leve os dedos por sua nuca... achava agora, na lembrança, as brigas tolas engraçadas.. isso não via antes!
A ausência tem dessas coisas, tornar aqueles momentos de reflexos extintivos, em lembranças bobas, em tarde de veraneios a dois. Como se pudesse, depois daquela partida, trazê-lo presente lá, naquela sala, naquele sofá...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Verônica- I

Parou diante da porta, cismando...
Com o corpo aparado no vão e uma das mãos na cintura, olhou fixamente um ponto qualquer do quarto e sentiu invadir-lhe toda a sua solidão
Já não haviam dois suspiros pelos ares, nem nada em par
Era aquele primeiro algarismo, tão unico, tão só, tão primeiro, e não cogitava possibilidades...
Estava só, repetia-se... e no instante seguinte, também o estaria.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Motim

Hoje trago meus humores, meus incêndios!
Meu corpo inflama a minha fé
E reflete minhas vigílias
Da retina à força
Do impulso à continência
Como se houvesse o que falta em mim

Hoje trago minha temperança afobada!
Meu tempo submisso
Um tempero a contragosto
E aquela lágrima serpeando um espaço
Procurando a luz dos meus olhos
E embaçando o que vejo

O dia tá cinza lá fora
A noite, agitada aqui dentro!

domingo, 29 de maio de 2011

Conselhos a um insone

Abandone o corpo e a luz uns instantes
Deixe-se estar!
Assim...
Deixa o som ou o silêncio chegar aos ouvidos
E vai se deixando mais...
Deixa adentrar!
Deixa não pensar!
Deixe-se largar!
Depois adormece...
Quando acordar.. passa!

domingo, 15 de maio de 2011

Mal[amado]!

Nasceu Velho aquele amor! 
Mal respirou e parecia cansado, ranzinza... fraco! 
Nasceu sem ser amado, e com muita intimidade! 
Mãos que se atracam, cabeças que repousam, colo... e nada bastava-lhe! 
Tinha fome de desejo...
Os encontros roubavam-lhe tempo, mas nem sabiam...

domingo, 17 de abril de 2011

Aqueles olhos...

Eu não saberia explicar o que foram aqueles olhos ... Eles chegaram doces e intensos desde o primeiro olhar! E falaram do sorriso e aí sorrimos juntos, e sentimos os labios num lampejo, quando não nos viamos ,só sentimos, penetraram  minh'alma e foram se fazendo em mim, e de mim o que bem quiseram, e quiseram muito! E me saquearam o coração, e se mantiveram fixos dentro de meus olhos. E se fizeram paixão,  se fizeram sonho, entardecer, colo, nuvem, sentimento... Se fizeram encanto, fantasia e do tempo, pó ! E todo tempo... pouco! Aí, partiram... e fizeram falta!

sábado, 2 de abril de 2011

I

Café gelado à mesa
Coração posto em bandeja
Que me tomem numa colher de sopa
Pois eis que já não há razão

Tome para si as verdades minhas
Mas não acredite em todas elas
Há sempre riscos ...
Vez outra, lê-se errado!

terça-feira, 15 de março de 2011

Reminiscências...




Palpitou o coração! Haveis de se admirar com o tempo, que mesmo passando, não passou! O enternecer de cada palavra postada sem metades meteram-se adentro da alma, revigorando o pó que ali já jazia! Como tributo ao que se foi, ainda que não passado, dedico ao leitor cada palavra que segue: se te arrastar paixão igual, não esconda-a no peito, lhe roube o coração, o ar das mãos e trague seus lábios... Faça-se par!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Despedida




Meu tão bem que me faz
Vou lá fora vê o mundo
Meu corpo transpira por todos os poros rua


Guarde um sonho bom pra mim

Que volto logo

Antes que amanheça n'outro carnaval

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ler-se coração!



Naturalmente cada linha segue

Os olhos não piscam
Nem se aliviam do poema

Se encantam em cada verso rápido
Se desgastam em cada lembrança
Ou se admiram pela rima
Pelo espaço..
Abrem lacunas no caminho..

Não fazem força
Chegam e embriagam

Sabe...
Eles ficam!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Faça-se a luz!

                                                       E a luz se fez nos olhos...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Procura-se Vivo ou morto: Tempo



           Havia muito tempo espalhado pela casa, em todos os lugares, onde quer que se olhasse, lá estava ele, imperioso, precavido, como que não faz nada.  Tempo comum, tempo simples, tempo morto, em todas as suas formas, com ou sem beleza. Vagava no ar, suspenso e passante, como que morria, como nem nascera. Fiz arte com o tempo, como se possa imaginar, e anexei na casa, prendi em vários lugares para que não fugisse, não escapasse, como se eu pudesse e controlasse. E assim foi. Quando me apercebi , já estava sem tempo de novo! Esgorregou de minhas mãos, como já havia de ser, antes mesmo que fosse.
Eu queria um tempo bem grande, tão grande que eu coubesse nele,  e não mais precisasse caber em mim. Nele coubesse tudo que eu sinto, tudo que eu vejo, e eu pudesse sentir mais, ver mais. Queria todo tempo, pelo tempo que eu quisesse, até não querer mais nada e procurar outro tempo noutro lugar, noutro espaço, noutro momento, até não ter mais lume em nenhuma estrela , nem em mim. Até adormecer a ultima quimera e não querer nenhum tempo nem o que não está em mim!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ventura

E na inércia do corpo, precisava sentir-se mais uma vez. Saiu de moto, utilizou-se da velocidade, do vento e do horario. (Ah! Os fins de tarde... )
Aproveitou a ocasião para expulsar a  lagrima contida, que escorreu lateralmente pelas temporas no tremor que se  fazia na pele, e se perdeu na estrada. Foi com a solidão que seguiu viagem pelas estradas que agora procurava...
As lagrimas foram levadas pelo mesmo vento que a convencia: havia vida ainda no corpo! Quanto as lagrimas? Devem estar viajando em alguma brisa, algum rodopio... hão de encontrar repouso em algum lugar, e esperar que a poeira da terra, da saudade ou da cura dê conta de seu sepultamento.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

domingo, 9 de janeiro de 2011

Soneto do fim



Não te preocupas meu bem
Cuidarei para que o mal não te aflija
Hei de velar-te de alguma forma
Da forma que eu puder

Não te preocupas pois
Independente do que aconteça
Ainda te guardarei as costas
Guardarei teus olhos para que não vejas o mal em tudo

Dar ei a ti sempre motivos
Para que se não puderes confiar no mundo
Possas confiar em apenas alguém

Dar-te-ei minha proteção na medida do que se pode
Pelo tempo que permitires, ou ainda meu bem
Enquanto a Era Glacial de tuas teorias não paralisar-me os músculos.